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Staycation é tendência de turismo que vai do descanso à aventura

Buscando evitar viagens exaustivas em locais superlotados, cada vez mais pessoas encontram no campo a opção perfeita para seus passeios

Por Edmar Neves

Como nos explica o dicionário, sossego é o ato ou efeito de descansar, repousar; é um estado de tranquilidade e calma; é estar desprovido de problemas, de trabalho excessivo ou de preocupações; é o título de um delicioso funk clássico do grande cantor e compositor Tim Maia.

Para quem, assim como o Tim, quer sossego sem amolação, seja durante as férias, o feriadão, ou mesmo naquele período sabático em que é preciso dar uma pausa na correria da vida, uma estadia no campo pode ser uma ótima alternativa às praias quase sempre lotadas ou às viagens internacionais desgastantes.

E se engana quem pensa que ir para o campo é sempre sinônimo de passar perrengue com falta de infraestrutura. Isso porque diversas pessoas empreendedoras conseguem unir o charme rústico dos chalés campestres a muito conforto e modernidade, sem abrir mão de paisagens maravilhosas e da proximidade aos grandes centros urbanos.

Esse é o caso do empreendimento criado pelo casal de publicitários Bruna Matos Prieto e Murilo Santos, que atualmente mora em Chicago, nos EUA, mas que estava vivendo na cidade de São Paulo/SP na época da pandemia. Para lidar com o isolamento social no período, a dupla passou a procurar locais mais aconchegantes. “O Murilo sempre teve o sonho de construir uma casa e, quando nos conhecemos, eu passei a compartilhar esse sonho”, relembra Bruna.

Interior de uma casa de campo com vista para a montanha.
Créditos: Divulgação/Templo Casa.

“Foi com o início da pandemia que passamos a viajar mais, buscando respirar um ar mais fresco. E não tem ar fresco melhor do que o ar do campo. Sempre que fazíamos essas viagens, nos hospedávamos nas pousadas através do Airbnb e, em dado momento, começamos a pensar na possibilidade de construir nossa própria casa no campo, visando alugar para pessoas com um perfil parecido com o nosso”, completa Murilo.

Desse desejo nasceu o Templo Casa, um espaço localizado na Serra da Mantiqueira, com uma área verde de 20 mil metros quadrados, a menos de duas horas de distância de São Paulo/SP.

Templo Casa para almas cansadas

Para o casal, muitas das pessoas que buscam o campo por uns dias estão basicamente à procura de uma maior interação com a natureza. Assim, elas têm como intuito desfrutar das paisagens deslumbrantes e tendem a evitar, sempre que possível, sair do local.

“Dando um exemplo do nosso projeto… O terreno que nós compramos fica de frente a uma cadeia de montanhas, possui uma vista privilegiada para o pôr do sol. Isso influenciou totalmente no projeto arquitetônico da casa, que dá protagonismo para a paisagem, dialogando com o conceito de ‘Templo Casa’ que formulamos”, explica Murilo. “O templo está mais atrelado ao terreno, à vista que a pessoa vai ter e ao sentimento de estar naquele lugar, do que propriamente à casa”, diz.

Deck de uma casa de campo com cadeiras de descanso.
Créditos: Divulgação/Templo Casa.

Essa proposta de aproveitar ao máximo o destino de descanso dialoga com o conceito de staycation. O termo faz referência à modalidade de turismo surgida nos EUA, em que se dá preferência para viagens a locais mais próximos, estimulando passeios e estadias em hotéis-fazendas, pousadas, resorts, entre outros. Isso, por sua vez, incentiva as pessoas a conhecerem mais a fundo as belezas e as opções de lazer das regiões perto de onde moram.

“No caso do nosso projeto, apesar de a casa estar em um local relativamente isolado, tem uma cidade, chamada Cambuí/MG, que fica a aproximadamente 15 minutos de carro e lá existem várias opções de restaurantes excelentes, tem barzinhos, também há um comércio local. Ou seja, para quem quer aproveitar não só a casa e a paisagem, mas também o que há no entorno, é interessante buscar regiões que possuem cidades com uma boa estrutura para receber turistas”, comenta Bruna.

Mas e para quem não quer apenas sossego?

Também há ótimas opções! Afinal de contas, estar em comunhão com a natureza não significa somente realizar passeios calmos em regiões mais afastadas ou ficar contemplando a paisagem. Muitas pessoas vão para o campo em busca do turismo de aventura, aproveitando trilhas, florestas, cavernas, montanhas, cachoeiras, piscinas naturais etc. para a prática de diversas modalidades de esportes radicais.

“Na Serra da Mantiqueira esse setor de esportes de aventura é bastante desenvolvido”, explica Murilo. “Por exemplo, lá tem o Pico da Raposa, onde a galera costuma fazer saltos de asa-delta. Tem muita gente que adora ir para aquela região para praticar mountain bike, outras preferem fazer o trekking, que é uma caminhada mais longa na qual é preciso acampar na região, ou o hiking, que é uma caminhada de menor duração”, completa.

Além dessas opções, o turismo no campo também é um prato cheio para a prática de escalada ou, ainda, para o rapel, que é a descida de formações rochosas. Há ainda a possibilidade de praticar esportes aquáticos, como a canoagem, o rafting e o boia cross, além de esportes que envolvem a floresta, como o arborismo e a tirolesa, entre tantos outros.

Mas, mesmo que praticar esportes em contato com a natureza possa trazer benefícios para a saúde, é extremamente importante adotar uma série de cuidados para que a atividade física não resulte em lesões e acidentes.

Esses cuidados vão desde aqueles corriqueiros até os que exigem mais planejamento. No rol de precauções simples, podemos citar, por exemplo, a necessidade de se hidratar e se alimentar corretamente, além de utilizar protetor solar e roupas adequadas para cada situação. Já na lista de preparos mais específicos estão itens como: atentar-se ao condicionamento físico; estar em dia com os exames médicos; utilizar os equipamentos de segurança corretos; tomar cuidado com animais peçonhentos; e, principalmente, realizar as atividades com pessoas capacitadas que conheçam a região e saibam agir em casos de emergência, entre outras atitudes que vão minimizar os riscos à saúde de todos os participantes.

Dicas para quem quer “turistar” ou empreender

Para quem se empolgou com a ideia de passar um tempinho no campo, a lazer ou a trabalho, pedimos algumas dicas para o casal Murilo e Bruna. Os conselhos podem contribuir tanto para que se aproveite ao máximo a estadia quanto para que se faça um bom negócio.

Cozinha de uma casa de campo.
Créditos: Divulgação/Templo Casa.

“Em primeiro lugar, é importante saber qual a estrutura que a pessoa vai encontrar lá no campo: se ela vai encontrar uma casa como a nossa, que é toda equipada, ou se é preciso levar mais coisas para garantir um maior conforto”, explica Bruna. 

Entre objetos que podem fazer a diferença estão lanternas, sacos de dormir, cobertores e toalhas. Caso a pessoa queira acampar, é importante levar barracas, utensílios para cozinhar, itens de higiene pessoal etc. Também é sempre bom ter em mãos protetor solar, repelentes (que de preferência não agridam o meio ambiente), roupas confortáveis e sacos de lixo para um melhor descarte do resíduo produzido.

Outra dica é chegar no local durante o dia para conseguir lidar melhor com as surpresas que podem estar à espera. Se possível, também é recomendável ir com um carro tração 4×4 para facilitar a locomoção, principalmente em dias de chuva. Adicionalmente, é interessante pesquisar as opções de lazer que a região oferece para não perder nada.

“Mas o mais importante é abrir a mente para outras experiências, porque ir para o campo é um tipo de viagem muito específica, que visa um contato maior com a natureza ao seu redor do que com qualquer outra coisa. Então, quando você abre seu coração para a natureza, ela te recompensa de alguma forma”, afirma Murilo.

Agora, para quem enxergou uma oportunidade de empreendimento com o turismo rural, a primeira dica é pesquisar bastante sobre a região em que se pretende comprar um terreno para construir uma casa ou pousada. “É bom saber se o local é seguro e quais são as opções de turismo na região”, explica Bruna.

“Também é importante saber qual a infraestrutura que há no terreno, se há água, postes para fazer a instalação elétrica etc. Tendo essas coisas básicas, já adianta muito o processo de construção no local”, completa a publicitária.

Uma casa de campo.
Créditos: Divulgação/Templo Casa.

Além disso, Murilo chama atenção para questões burocráticas, especialmente relacionadas à documentação da propriedade. Afinal, é preciso conhecer as diretrizes e as legislações para comprar uma terra, uma vez que as normas podem mudar de acordo com o município ou o estado.

“Por exemplo, é bom saber qual o tamanho mínimo de um terreno em área rural para obter a escritura, pois, dependendo do estado, a pessoa compra uma chácara com um tamanho considerável e acha que fez um bom negócio, mas ela está dividindo a propriedade com outra pessoa. Ou seja, estar atento a essas questões é vital para realizar o empreendimento e estar amparado na lei”, finaliza Murilo.

Tomar esses cuidados é essencial tanto para quem quer viajar quanto para quem quer empreender, garantindo, assim, que a busca por sossego ou aventura não se torne uma tremenda dor de cabeça.

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