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Roupas Virtuais: alta costura e metaverso

jan 2023

Por Bianca Mirisola,

Se perguntarem a você o que é “Moda Virtual”, provavelmente o que vem à cabeça são as lojas virtuais onde você pode comprar roupas remotamente. Esses ambientes virtuais ilustram o início da moda virtual, mas não chegam nem perto dos avanços recentes da área.

Podemos dividir a moda virtual em duas vertentes, a mais conhecida e já apresentada são os sites de compra, onde a moda é exposta para então ser adquirida fisicamente. Dentro desta vertente pode-se encaixar como principal difusor as redes sociais, onde um influencer de moda geralmente “tagueia” a marca que está usando, permitindo a seus seguidores adquirirem as peças.

A segunda vertente, no entanto, não possui a necessidade de sair do digital, pois não se prende às regras do mundo físico. Nela, encontramos os desfiles virtuais, como o primeiro Metaverse Fashion Week, que contou com marcas como Etro, Tommy Hilfiger, Dolce & Gabbana, Philipp Plain, Elie Saab e outras. A Gucci entrou nesse espaço com o “The Gucci Virtual 25”, o tênis virtual que pode personalizar seu personagem em Roblox ou ser usado em fotos ou vídeos para o Instagram. Mas como atração principal dessa vertente temos as skins, com os jogos virtuais liderando o comércio.

O mercado das skins

Se alguém pensou que a moda só fazia parte dos “jogos de vestir”, não podia estar mais errado. As skins, “peles” em tradução literal, são visuais alternativos de um programa computacional, ou seja, não são aplicados unicamente em jogos, porém esta é sua forma mais popular.

A finalidade da skin é quase puramente estética, são poucos os jogos que atribuem habilidades especiais a elas.

A maneira de obtenção desse item virtual garante exclusividade na caracterização de softwares, aplicativos, jogos e personagens criando status para quem os possui, além de desejo aos que não os têm. Podem ser adquiridas de diversas maneiras: finalizando uma missão, juntando itens, completando um evento limitado, na compra de um produto parceiro das desenvolvedoras dos jogos ou, ainda, na compra da própria skin. Jogos como League of Legends, Overwatch, Roblox, Minecraft, DotA, Fortnite e Counter-Strike geram milhões em receita apenas no comércio de skins. Há usuários pagando de 50 reais a mais de 15 mil em uma única peça.

Skin de League of Legends (LoL)
Créditos da Imagem: Pavilleon

Esse negócio já muda os atributos requeridos e o que as empresas esperam para os futuros profissionais da área. “O resultado vem da colaboração de um estilista e um designer, mas já se espera que, daqui mais ou menos quatro anos, as faculdades de moda incluam Design Gráfico em suas grades”, diz Maurício Borges, publicitário da marketplace Pavileon.

Mesmo que no mercado de skins os estilistas não sejam relacionados com marcas famosas, alguns representantes da alta costura decidiram ir até os games, o que resultou em parcerias muito bem-sucedidas como entre o jogo Animal Crossing: New Horizons e as marcas Valentino, Chanel e Jacquemus.

Parceria de Valentino e Animal Crossing
Créditos da Imagem: Divulgação

O uso do digital na criação de modelos, além de estender os limites da liberdade de desenvolvimento para a imaginação do estilista, também evita algumas etapas desse longo e complexo processo. “A criação de roupas digitais diminui o tempo e desperdício da fabricação, pois dá liberdade de fazer, desfazer e testar tecidos e texturas sem ter de fazê-los fisicamente, tendo só a peça final mandada para fabricação”, diz Maurício Borges.

Quando se trata da Moda Virtual, as skins foram criadas diretamente no mundo digital, a partir da vontade dos usuários de personalizar os personagens jogáveis e seus acessórios. E a liberdade atingida no digital, mesmo que em alguns casos não possa ser replicada integralmente no formato físico, inspira muito do que vemos nas passarelas e na rua.

Prova dessa relação cada vez mais intrínseca entre o real e o virtual está em como a techwear tem fortes raízes nos jogos de temática pós-apocalíptica e cyberpunk. A tendência da moda virtual está apenas no começo e ainda vai elevar o nível da alta costura no mundo todo.

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