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Lar, clássico lar

Decoração que não sai de moda
dez 2022

Por Suzana Amyuni

Nunca o aconchego de casa foi tão importante como nos últimos tempos. A decoração do ambiente em que vivemos ou trabalhamos reflete diretamente em nosso comportamento e revela a personalidade do dono.

O design de interiores promove a combinação harmoniosa dos objetos que se identificam com o estilo da pessoa, de modo que o resultado lhe proporcione  o benefício de estar satisfeito por ficar em casa.

Sergio Eduardo de Andrade Peres, professor universitário aposentado, valoriza a decoração clássica, predominante em sua sala, onde há degraus de madeira lavrada.  O  armário de parede, por exemplo, é uma adaptação da porta da casa do Conde do Pinhal.

“Eu ganhei essa porta de presente de um amigo que, quando adquiriu a propriedade, ia precisar demolir a casa do Conde do Pinhal para construir seu negócio, e como ele sabe que gosto de antiguidade, me deu a porta da casa e eu a adaptei para pôr na sala”, conta.

“São móveis rústicos, sem nenhuma sofisticação, mas valorizo objetos antigos, clássicos; gosto do que é tradicional”, diz o professor que guarda, ainda, uma mesa de centro e mesinhas de canto em estilo clássico. “Essas eram da minha mãe e têm um valor estimativo para mim”, justifica.

Se, de um lado, o design clássico tem essa capacidade de preservar uma memória afetiva, de outro traz consigo uma história que revela status.

A arquiteta urbanista Camila Pereira Postigo dos Santos explica que o design clássico remete ao passado, às marcantes características da realeza, como Luís XV e Luís XVI, que imprimiam seus estilos nos palácios.

Dentro do design clássico existem linhas mais orgânicas, com curvas que se assemelham às da natureza, ornamentos mais rebuscados e entalhes, e quando apresentam linhas mais retas são delicadas e discretas.

Segundo Camila, que também é docente dos cursos de Design de Interiores e Computação gráfica para Arquitetura e Design no Senac São Carlos, quando se fala em “clássico” estamos falando em voltar às origens.

Os estilos clássicos – como os da França, Inglaterra, Itália, Alemanha etc. – carregam detalhes de adornos que eram usados em contextos romanos e gregos, que por sua vez inspiravam-se em detalhes usados no Egito Antigo.

“Dentro de uma linha cronológica, os movimentos clássicos ocorreram simultaneamente em cada país, então existem os clássicos da França, da Inglaterra e da Alemanha que carregam um pouco da regionalidade, porém mantendo a essência. Com o surgimento da navegação, essa estética era levada de um lugar para o outro inspirando novos estilos, mas com uma releitura”, relata.

O clássico sai da moda?

A decoração, seja ela residencial ou comercial, depende do perfil da pessoa ou do negócio. A atemporalidade dos móveis não está relacionada a nenhuma peça específica, mas sim à personalidade do cliente. Uma empresa tradicional reflete um perfil mais sério, fino, rebuscado e mostra determinada imponência e um refinamento. Com isso, o ambiente corporativo pode incorporar algumas leituras do clássico como, por exemplo, utilizar um grande lustre na entrada da empresa ou um tapete persa na recepção, mesmo que as cadeiras sejam contemporâneas, mesclando estilos.

Já na residência, para que o proprietário se sinta acolhido os objetos devem ter relação com o seu perfil; novamente, não existem peças básicas que nunca “saem de moda”, isso varia de acordo com o gosto e o estilo do usuário. “A aceitação das formas do Design está muito alinhada com a personalidade e com a bagagem que a pessoa carrega”, reforça Camila.

De acordo com Camila, a civilização leva tempo para assimilar uma estética e, na história, em geral, um novo movimento contradizia o anterior, e o seguinte o retomava. Assim surgiu o neoclássico.

Hoje em dia não se veem mais “movimentos” ou a criação de estilos específicos. O estilo Clássico, por exemplo, não é utilizado de uma forma total ou completa como era na época das grandes monarquias. Hoje temos adaptações desse estilo com alguns elementos dele e uma adequação à nossa realidade atual.

O design contemporâneo é mais eclético e geralmente as pessoas mais tradicionais e aquelas que se identificam com algo mais refinado buscam pinceladas e referências do clássico para decorar seu ambiente. Além das peças que se garimpam em antiquários ou como herança de família, é muito comum a fabricação de linhas com linguagem mais clássica. “É possível reformular um mobiliário clássico e inserir a peça num design contemporâneo”, atesta.

Seu lar mais aconchegante

O corpo humano responde a estímulos de cor por associação material e emocional, além de também ser influenciado pelo comprimento da onda na qual vibra a cor. Então, a decoração do ambiente tem grande impacto nas sensações; o lado bom é que ela pode ser modificada e adaptada às estações do ano.

Camila ensina que as texturas podem trazer diversas informações: limpeza, no caso de azulejos; aconchego, no caso dos têxteis e segurança, no caso de um piso antiderrapante. O benefício das plantas também já foi comprovado. “As plantas como decoração nos ambientes oxigenam mais nosso sangue e diminuem as toxinas geradas por estresse, além de favorecer a respiração”, afirma.

A iluminação também tem essa função. Um ambiente com luminosidade abundante e mais branca nos deixa em estado de alerta e estimula nosso cérebro, portanto, esse tipo de claridade é indicado para áreas de tarefa, como cozinhas, banheiros e mesas de estudo ou trabalho. Já uma iluminação menos densa faz nosso cérebro gerar substâncias que colocam nosso corpo em repouso ou relaxamento. O Design de Interiores promove a combinação harmoniosa desses benefícios e ainda ajusta as peças à personalidade dos usuários.

A chegada do inverno pode ser um bom momento para colocar em prática todo esse conhecimento.

O clima mais frio nos induz a querer aquecimento, então, a dica da arquiteta é escolher referências de cores mais quentes para nossos ambientes, os tons terrosos como marrom, laranja e vermelho, que possivelmente trarão essa sensação de aconchego.

Além disso, os materiais com textura aconchegante ajudam muito; nesse caso, você pode jogar uma manta mais quentinha no sofá, almofadas com tato mais fofo, mais escuras e até mais felpudas para trazer essa sensação. E, por fim, a iluminação mais amarelada também deixa o ambiente mais confortável. Uma alternativa é fazer uso de abajur, luminárias de chão ou indiretas, um jeito simples de complementar a decoração de modo a proporcionar mais acalento e deixar seus períodos em casa muito mais aconchegantes.

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