A pergunta pode soar banal, mas em 2025 ela já faz parte do nosso dia a dia — como tomar café ou responder mensagens. São quase 1 bilhão de pessoas no mundo interagindo com sistemas inteligentes todos os dias. E não estamos mais falando só de comandos simples, mas de conversas reais — sobre dúvidas, estudos, sentimentos.
No trabalho, a IA se tornou braço direito. Em empresas de todos os tamanhos, resolve até 85% das questões mais frequentes, libera tempo de equipes humanas e melhora a experiência de quem busca respostas. Em média, são mais de quatro minutos economizados por atendimento. Em escala, isso muda tudo.
E tem mais: já existem IAs treinadas exclusivamente com a cultura e o vocabulário de uma empresa específica — criando assistentes que falam como se fossem a própria marca. Em 2024, uma startup do Vale do Silício lançou uma IA capaz de aprender o tom de voz, as piadas internas e até os “memes corporativos” de times inteiros. Isso muda a forma como nos relacionamos com as marcas — e talvez até com nossos colegas de trabalho.
Não é só eficiência. É também companhia
Estudos recentes mostram que a IA está ajudando até mesmo em aspectos emocionais. Em momentos de solidão, ansiedade ou dúvida, muita gente recorre a assistentes digitais como quem fala com um amigo — ou melhor, alguém que escuta sem pressa.
“A inteligência artificial provavelmente irá causar o fim do mundo, mas enquanto isso não acontece, existirão grandes empresas.” — Sam Altman, CEO da OpenAI
Na Nova Zelândia, experimentos com idosos apontaram uma redução significativa na solidão ao interagirem com companheiros de IA. Entre adolescentes, 1 em cada 3 usa essas ferramentas para desabafar sobre autoestima, medo e tristeza. Para 12%, ela é o principal suporte emocional. Há algo poderoso nesse diálogo.
E isso está indo além da conversa. No Japão, um experimento usou IA para criar versões digitais de entes queridos falecidos, com base em fotos, vídeos e mensagens antigas. A proposta gerou debates éticos profundos — mas também revelou algo inesperado: muitos participantes disseram que se sentiram “mais em paz” depois de interagir com essas presenças digitais.
Mas… estamos preparados para esse tipo de vínculo?
Nem tudo é simples. Chatbots já deram conselhos perigosos, especialmente em temas delicados como saúde mental. E o fenômeno da “psicose de chatbot” — quando as falas da IA são confundidas com a realidade — acende alertas sobre o limite entre conexão e dependência.
A IA está, sim, transformando o mundo. Nas palavras de Satya Nadella, CEO da Microsoft, ela “vai acelerar a ciência e a produtividade como nunca antes”. Mas como toda grande transformação, ela também exige consciência. Um novo tipo de alfabetização emocional e digital.
Porque a pergunta talvez não seja mais se você usou IA hoje — mas o que você espera encontrar quando ela responde.