Por Emerson Luchesi
Quem utiliza energia elétrica convencional, fornecida pelas companhias distribuidoras, percebe há muito tempo que os valores da conta de luz têm pesado no bolso. Refrigeradores, televisores, chuveiros, lâmpadas: basicamente tudo funciona a partir da eletricidade. Ela é fundamental para nós e para o desenvolvimento socioeconômico, sendo praticamente impossível viver sem ela no século XXI.
Mas, afinal, de onde vem a energia elétrica que consumimos? A principal fonte desse recurso no nosso país é a energia hídrica, aquela produzida pelas hidrelétricas. Atualmente, mais da metade do consumo energético do país advém dessas instalações que transformam a força das águas dos rios em eletricidade.
Funcionam no Brasil, hoje em dia, centenas de usinas de grande porte e outras pequenas centrais geradoras desse tipo de energia para o território. Três das dez principais hidrelétricas do mundo ficam aqui, sendo responsáveis por produzir grande parte do que consumimos. São elas: Itaipu (PR), Belo Monte (PA) e Tucuruí (PA).
A geração de eletricidade pelas hidrelétricas é importante e eficiente.
Entretanto, a construção dessas usinas e, consequentemente, a manutenção dos rios e represas visando a criação de barragens afetam diretamente o meio ambiente, contribuindo para o desmatamento e o deslocamento do curso de rios, gerando impactos ambientais e sociais. Além disso, em épocas de seca, quando o fluxo de água diminui, o preço de produção aumenta consideravelmente para todos os consumidores.
Dessa forma, outros tipos de energia limpa e renovável estão sendo propagados como possibilidades mais econômicas, viáveis e que impactam bem menos o meio ambiente.
Energias renováveis
Além da hídrica, existem outros tipos de energias consideradas renováveis, isto é, que utilizam recursos naturais de fontes inesgotáveis, sendo:
- Solar – obtida pela luz do sol;
- Eólica – adquirida pela força do vento;
- De biomassa – advinda da queima de matéria orgânica não fóssil;
- Geotérmica – gerada pelo calor interno da Terra; e
- Oceânica, das ondas e marés – obtida através da movimentação das águas.
A energia solar é um exemplo que tem se destacado na matriz energética do país, por se apresentar como alternativa benéfica ao meio ambiente e por proporcionar economia, contribuindo para o desenvolvimento sustentável. Além disso, o Brasil se encontra em uma localização geográfica que privilegia esse tipo de fonte, havendo, então, grande potencial para a geração de eletricidade a partir dela.

Energia solar como alternativa viável de economia
Existem três principais tipos de energia solar: a térmica (aquecedor solar); a heliotérmica (termossolar), majoritariamente utilizada em processos industriais; e a fotovoltaica, mais comum em residências, empresas em geral e comércios. Antes de mais nada, é importante entender como funciona a produção de energia neste último caso, pelo sistema fotovoltaico, que consiste na conversão da radiação do sol em eletricidade.
Reginaldo Reis e Alexandra são proprietários da franquia EcoPower de São Carlos/SP, maior empresa de energia solar da América Latina em sistema fotovoltaico, com sede na cidade de Barretos/SP. O casal trabalha no ramo há 5 anos e compartilhou algumas informações acerca dessa fonte energética.

Reginaldo explica que as placas solares, também chamadas de módulos fotovoltaicos, ficam expostas ao sol, possuindo uma reação eletroquímica que capta a intensa luz solar. Essas placas conseguem gerar energia elétrica de corrente contínua, a qual vai para o inversor, que faz a conversão de energia contínua em alternada, padrão da rede elétrica. O inversor também monitora e controla toda a geração e distribuição desse recurso na residência, comércio ou empresa, abastecendo todo o sistema elétrico.
Reginaldo comenta que atualmente os maiores consumidores são empresas e comércios detentores de sistema de refrigeração e que utilizam bastante eletricidade. Para grande parte dos clientes, a procura pela fonte solar é impulsionada pela busca de economia na conta de luz. Nesse sentido, segundo o profissional, qualquer consumidor de energia elétrica é um forte cliente da solar. A EcoPower, por exemplo, atende segmentos do setor residencial, empresarial, industrial e rural.
Sustentabilidade em pauta
Muitas são as vantagens oferecidas pelo sistema solar na geração de energia. Além de ser uma fonte limpa e renovável, os equipamentos utilizados podem ser reciclados.
“A placa voltaica utilizada nesse tipo de energia, quando atinge a sua vida útil, ou seja, quando precisa ser descartada, pode ser totalmente reciclada e reaproveitada, inclusive o inversor. Então, quando você pega o material desse produto e reaproveita de alguma maneira, isso não chega ao meio ambiente em forma de descarte, mas de reaproveitamento”, esclarece Reginaldo.
Nesse sentido, afora a busca por economia, os consumidores estão cada vez mais preocupados com as questões ambientais e, consequentemente, com ações que contribuam para o desenvolvimento sustentável.
“O combustível do processo de energia solar é a luz do sol, ou seja, uma fonte que não se esgota e que não é retirada do meio ambiente. Diferente da energia proveniente da queima do carvão mineral, por exemplo, que ainda é uma fonte de energia muito utilizada no mundo”, comenta.
Benefícios para o consumidor
Como mencionado, o Brasil tem um grande potencial para geração de energia solar, vista sua posição geográfica privilegiada, com altos índices de radiação do sol. O grande desafio em relação ao crescimento dessa fonte energética no país é o alto valor de investimento, que envolve a compra dos equipamentos e instalações. Contudo, embora esse custo seja considerado relativamente elevado, o profissional do ramo explica que ele é absorvido e recuperado em pouco tempo. Ademais, os equipamentos têm uma vida útil bem longa, de aproximadamente 40 anos, com garantia de 25 anos.
“Se você investe 20 mil em energia solar, esse valor será recuperado, na pior das hipóteses, em cinco anos, tendo ainda mais 20 anos para aproveitar a garantia.
Além de o usuário não comprar mais a energia elétrica da companhia de luz, o custo de energia diminui drasticamente. Comércios que antes pagavam mais de mil reais de conta de luz, hoje pagam em média sessenta/setenta reais por mês”, ressalta Reginaldo.
Prova desses benefícios é que a demanda por essa fonte sustentável e econômica vem aumentando. “A procura por energia solar tem crescido nos últimos anos, pois hoje as pessoas já entendem como funciona esse tipo de fonte de energia e confiam no que vão investir, pensando sempre na busca por redução de gastos com energia (visando o custo-benefício), assim como na preservação do meio ambiente (com a diminuição dos impactos ambientais)”, destaca.

Além disso, o profissional ressalta que não somente a área de comercialização tem se expandido, mas também têm surgido outros mercados e oportunidades de emprego, a exemplo de pessoas responsáveis por limpar as placas fotovoltaicas. Ademais, surgiu o mercado de arrendamento de terra para geração de energia solar (utilizado pelas usinas solares), bem como de telhados.
“É uma área que tem gerado novos empregos, serviços e fortalecido o comércio”, revela.
Então, para quem quer economizar na conta de luz utilizando uma fonte limpa e renovável, seja na residência, empresa, comércio, indústria ou fazenda, vale a pena pensar em investir na energia solar.