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Edição audiovisual: um mercado múltiplo e em crescimento

O mercado de edição criativa de vídeos engloba diversos tipos de profissionais e oferece variadas possibilidades de atuação

Por Emerson Luchesi

Estamos rodeados de materiais audiovisuais e somos consumidores desse conteúdo a todo instante na TV, na internet, por meio do computador ou celular. Seja um comercial, um curta ou longa-metragem, os vídeos diários de um influenciador digital ou aquelas inúmeras gravações de humor que vemos no feed das redes sociais… Hoje produções desse tipo são parte do nosso cotidiano.

Em crescente expansão e valorização, o mercado audiovisual engloba profissionais de várias áreas, os quais podem atuar em diferentes funções. Estão envolvidos na  produção dessa modalidade de conteúdo, por exemplo, roteiristas, editores e técnicos de áudio e vídeo. E as demandas e oportunidades de trabalho têm aumentado e gerado multiplicidade no setor.

Homem trabalhando na edição de um filme.
Créditos da Imagem: Adobe Stock

Muitos são os canais e plataformas que se tornam vitrines de variadas produções audiovisuais. O Youtube, por exemplo, é uma plataforma específica de vídeos e uma das mais acessadas da internet. Entretanto, nas redes sociais, como Facebook, Instagram e TikTok, materiais audiovisuais têm ganhado cada vez mais espaço. Isso porque, além de em produções artísticas, tais conteúdos também são utilizados como ferramenta para vender, divulgar produtos e marcas e alavancar negócios. 

Além das técnicas exigidas na área, outros aspectos são necessários para produzir um bom conteúdo nesse formato. É preciso pensar no público da plataforma em que ele será veiculado, na narrativa apresentada de forma sonora e visual e abusar da criatividade, a fim de elaborar um material único, que atraia a atenção e, consequentemente, “viralize”. Então, para quem é criativo e gosta de tecnologia, esse é um campo de atuação propício.

O mercado audiovisual e suas possibilidades

Visando entender um pouco mais sobre esse mercado e sua multiplicidade, conversamos com Aline Meiji, que atua no ramo audiovisual há 20 anos. Aline é formada em Publicidade e em Cinema, trabalhando com montagem e edição de programas de conteúdo para web. A montadora relatou um pouco acerca de sua trajetória profissional e sobre o mercado audiovisual brasileiro.

“A edição entrou na minha vida muito cedo, mesmo antes de saber o que era edição. Aos 16 anos ganhei uma câmera dos meus pais, que ainda era daquelas antigas miniVHS, e passava as férias gravando a família, a praia e os amigos. Depois consegui dois videocassetes para editar as fitas e colocar música. Coisa que aprendi a fazer sozinha”, relatou Aline.

Foto de uma timeline de edição de víeo.
Créditos da Imagem: Adobe Stock

Mesmo querendo estudar Cinema, mas influenciada pelos pais, ela ingressou no curso de Publicidade, em vista de oportunidades de emprego no setor. “Depois de formada, insisti no sonho e fui cursar Cinema. Já no primeiro período consegui um estágio numa produtora audiovisual, como assistente de edição, e nunca mais saí da área. E já são 20 anos de profissão”, revelou.

Ao longo desse tempo, muitos foram os trabalhos realizados pela profissional. Ela passou por algumas produtoras e emissoras de televisão, tendo feito campanhas políticas, institucionais, programas para TV, jornal, comerciais, reality shows e documentários. 

Meiji contou que precisou se preparar muito bem técnica e profissionalmente para conquistar seu espaço dentro do segmento audiovisual. Segundo ela, tal como significativa parcela do mercado de trabalho, esse também é um ramo mais árduo para as mulheres.

“O mercado audiovisual, assim como boa parte do mercado de trabalho, é mais difícil para mulheres, sim. Mas, se pensarmos na interseccionalidade, temos uma realidade ainda mais difícil para aquelas não brancas, periféricas, não cisgêneras e PcDs”, comentou.

“Eu sempre trabalhei com muitos homens, coordenei equipes de homens e sempre a minha capacidade técnica era colocada de lado. Então tive que estar bem mais preparada tecnicamente e profissionalmente para ter espaço e voz dentro dos espaços que trabalhei. Acredito, novamente, na força do coletivo, de se juntar com outras mulheres, com outras pessoas que estão à margem e ir abrindo e dando espaço para outras mulheres também”, ressaltou.

Afora os trabalhos mencionados, Aline desenvolveu ao longo de sua carreira o projeto Coletivo NOMA. Trata-se de um grupo formado por mulheres que atuam em vários segmentos dos campos audiovisual e artístico e que visa produzir conteúdos sobre e para mulheres. 

“O coletivo NOMA surgiu da necessidade de produzir conteúdos que eu achava relevantes na época. Eu já estava morando em São Paulo há alguns poucos anos, trabalhando em agência de publicidade, e sentia que eu poderia contribuir com meus conhecimentos para uma causa. Então, eu e mais duas amigas começamos a produzir conteúdo sobre mulheres que de alguma forma estavam tentando mudar a lógica machista e patriarcal”, destacou a editora.

“Depois de 2 anos, sentimos a necessidade de ter mais pessoas somando com a gente e fizemos uma chamada aberta para convidar outras mulheres do audiovisual a se unirem a nós. E, para minha surpresa, várias mulheres maravilhosas se juntaram nesse projeto e criamos o Coletivo NOMA  (Nós Mulheres Artistas). Produzimos vários conteúdos, estudamos juntas, fizemos alguns trabalhos comerciais… até que chegou a pandemia. O NOMA ainda existe, mas hoje estamos repensando a forma de trabalhar”, explicou Aline.

O coletivo NOMA também já produziu documentários com recursos próprios, além de promover encontros para compartilhar ideias, experiências e conhecimentos.

As transformações no processo de edição audiovisual

Com as novas tendências das redes sociais, a rapidez na comunicação se tornou necessária, e o processo de edição de conteúdo também sofreu mudanças. Isto de modo a atender e contemplar um público seletivo, o qual busca agilidade e objetividade.

“Desde a invenção do cinema, tem uma coisa que não mudou: a necessidade de contar histórias. Cada tempo tem sua particularidade e a edição acompanha as mudanças. Uma vida mais acelerada, onde as pessoas têm menos tempo livre e excesso de estímulos visuais, vai demandar um tipo de linguagem. Os dispositivos, tanto de criação quanto de exibição, também vão influenciar muito na linguagem e no processo. As redes sociais exigem um timing muito rápido na comunicação. O processo de edição de conteúdo para elas tem que ser mais veloz, mais direto e mais objetivo”, salientou Meiji.

Homem trabalhando em uma edição de vídeo.
Créditos da Imagem: Freepik

Ainda sobre as demandas audiovisuais nas redes, Aline destaca tendências que contribuirão para o trabalho de produção e edição de conteúdos, como a Inteligência Artificial (IA), a qual vem abrangendo e dominando muitas áreas.

“Eu acredito que as ferramentas de IA vão revolucionar, em pouquíssimo tempo, o processo de edição para redes. Hoje já usamos alguns recursos que facilitam e agilizam muito o processo de edição, como transcrição de texto, legendagem automática e cortes de câmera automáticos. E tem muita coisa nova surgindo neste ano”, destacou. 

Segundo a editora, as novas ferramentas vão possibilitar que os profissionais se concentrem mais na parte criativa e narrativa do trabalho, deixando que as máquinas executem aquilo que é mais operacional.

Dicas para quem quer começar a trabalhar com edição de vídeos

Diante de um mercado múltiplo, com diversas oportunidades voltadas a profissionais de várias áreas, Meiji deu algumas dicas para quem pensa em investir na carreira de edição de vídeos.

“Minha primeira dica é: tenha boas referências. Veja e estude artes em geral, artes visuais, fotografia, música, dança, literatura, cinema etc. Editar é contar histórias, então é essencial estudar narrativas. E, claro, ter comprometimento com prazos, conhecer as ferramentas de trabalho, saber um pouco sobre outras áreas, como edição de som, motion, correção de cor e roteiro, é muito importante também. E a última dica: edite. Faça suas edições, se desafie e crie um portfólio. A prática vai ser fundamental para o desenvolvimento de quem está começando”, recomendou a profissional.

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