
A colagem é uma técnica antiga e acessível para quem deseja se expressar artisticamente.
Embora seja um recurso antigo, a colagem só passou a ser incorporada à arte no século XX, mais especificamente nos movimentos como Cubismo, Surrealismo, Dadaísmo, Futurismo e, posteriormente, na Arte Pop.
O nome da técnica deriva do termo francês coller e pode ser definida como uma composição artística feita com o uso de diversos materiais colados sobre uma superfície.
A colagem diferencia-se de outras expressões artísticas por permitir a utilização de elementos variados, criando novas possibilidades de obras em três dimensões, sem a necessidade do uso de tela.
Segundo a artista plástica e colagista analógica e digital Carol Nazatto:
“A colagem passa a ser uma possibilidade artística quando Pablo Picasso e Georges Braque fundam o Cubismo e passam a usar, inicialmente, recortes de jornal nas telas. A simplicidade do processo foi dando desdobramentos à técnica, que começou a ser ensinada na Bauhaus, importante escola de arquitetura e artes alemã.”
A colagem e as mulheres
Quando a colagem passa a ser ensinada na Bauhaus, ela é adotada por muitas artistas mulheres, como Marianne Brandt e Grete Reichardt.
“Quando a técnica chega à Bauhaus, ela já era conhecida das mulheres. Isso porque é muito simples, não requer aulas ou professores. Considero a colagem uma técnica democrática e intuitiva. Então, quando passa a ser oferecida em oficinas, tem grande adesão das artistas mulheres”, explica Nazatto.
Entre as pioneiras, destaca-se a alemã Hannah Höch, uma das principais representantes do movimento Dadaísta. Ela criticava de forma irônica a indústria da beleza, que ganhava impulso com os meios de comunicação de massa graças à ascensão da moda e da fotografia publicitária.



Colagem nos dias atuais
Na arte contemporânea, a colagem chega já consolidada como técnica. Com o advento da computação gráfica, ganha novas facetas, extrapolando os meios analógicos para o digital, no qual as possibilidades de experimentação tornam-se infinitas”, ressalta Nazatto.
Apesar do fortalecimento da colagem digital com o avanço tecnológico, as duas formas — analógica e digital — seguem coexistindo. Muitos artistas utilizam ambas em seus trabalhos.
“A diferença entre a colagem analógica e a digital é que a primeira fazia uso de recortes de revistas, jornais, papéis diversos e fotografias. Já a colagem digital leva essa prática ao extremo, pois permite manipular as imagens de formas mais drásticas, alterando-as para além do ‘recorta e cola’ e desfazendo quando não gostamos do resultado”, finaliza a artista.
