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A alta do Slow Fashion

As lições do mundo da moda para uma consciência sustentável
dez 2022

Por Beatriz Resende

O lançamento de duas coleções anuais de moda baseando-se nas estações do ano (primavera/verão, outono/inverno) foram ao longo do tempo, junto à globalização e à possibilidade de acesso a mão-de-obra mais barata em países subdesenvolvidos, transformadas no que conhecemos como Fast Fashion (Moda rápida).

Na cola dessa tendência, lojas populares em todo o mundo, ao reproduzir designs das mais últimas tendências da moda e ofertar produtos por um preço relativamente acessível, conseguem atrair o consumidor para uma compra constante, como a de um supermercado.

A consciência sustentável, com o tempo, chegou no mundo da moda. Ela iniciou seu trabalho denunciando péssimas condições de trabalho nas indústrias têxteis e seu enorme impacto ambiental: aproximadamente 98 milhões de toneladas de recursos não renováveis são consumidos por ano junto a mais de 93 trilhões de litros de água (de acordo com a Fundação Ellen Macarthur).

Vale ressaltar que a recente onda da preocupação com os plásticos no oceano (que gerou, por exemplo, a demanda dos canudos de inox ou biodegradáveis), de acordo com pesquisas na área, parece estar muito mais ligada com nossas roupas do que aos itens como garrafas plásticas que chegam no mar efetivamente. Isso porque quando lavamos as peças, em sua maioria feitas com materiais sintéticos, pequenas fibras de plástico vão sendo liberadas e levadas, no fim, até o oceano.

“Imagine quantas pessoas estão lavando suas roupas diariamente, e quantas roupas nós todos temos” – Diz Imogen Napper, cientista marinho da Universidade de Plymouth, Inglaterra, em um estudo de 2016.

Porém, sabemos que o comportamento do consumidor nesse mercado segue muito as tendências ditadas por celebridades, influencers, grandes marcas e especialistas de moda. Além do lado ambiental era necessário despertar um estilo de consumo que também estivesse “na moda”. É nesse sentido que o Slow Fashion e seus temas relacionados (Armário Cápsula, Minimalismo, Eco Fashion, entre outros) começaram a crescer. Ainda bem!

O conceito de Slow Fashion é consumir peças de uma maneira estratégica: comprar menos, mas comprar melhor. O chamado Armário Cápsula, por exemplo, criado em 1970 pela escritora Susie Faux, começou a ser tópico das blogueiras e youtubers de estilo, que ensinam como ter um armário com poucas peças que sejam mais combinadas entre si e que durem mais.

Brechós deixaram de ser vistos como depósito de roupas velhas e se tornaram uma onda que só tem crescido tanto na compra física quanto online. Em São Paulo criou-se a chamada Roupateca, o primeiro armário compartilhado da cidade que cobra apenas uma assinatura para você ir lá e trocar até diariamente suas peças.

Roupateca

O mercado de luxo é outro que procurou se transformar à essa nova consciência. Além dos próprios brechós de luxo que permitem às pessoas terem peças usadas de altíssimo valor e são febre nas capitais do Brasil, as próprias marcas estão tendo mais demanda porque suas peças são de maior qualidade e durabilidade. Isto é, ao invés de comprar constantemente acessórios de baixa qualidade, hoje indica-se, se possível, fazer um investimento maior em poucas peças mais caras, mas que durem mais.

O que podemos aprender com a história da moda em revolução é que é necessário atuar em duas frentes na jornada da consciência sustentável: primeiro, informando a população com dados, documentários e pesquisas sobre os reais danos causados pelo consumo desenfreado; segundo, o comportamento consciente precisa estar na moda, com influenciadores (blogueiras(os), youtubers, celebridades) por um lado e ações empreendedoras do outro, criando um ambiente cada vez mais verde.

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