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A saída sustentável para embalagens de uso único

Embalagens biodegradáveis e compostáveis são uma alternativa viável para o destino do nosso lixo

Por Emerson Luchesi

Já parou para pensar na quantidade de embalagens que nós jogamos no lixo diariamente? As embalagens das compras do supermercado, as sacolas plásticas, os produtos descartáveis como copos, marmitas, talheres, canudos etc. Tudo acaba virando lixo.

As embalagens de uso único são vilãs para o meio ambiente. Praticamente tudo o que compramos e consumimos chega até nós dentro de uma embalagem, seja ela feita de papel, papelão, plástico, isopor etc. São, sem dúvida, um dos itens que mais descartamos. 

Sabe-se que uma alternativa bem conhecida por todos é o ato de reciclar, porém essa iniciativa ainda é bem baixa em termos quantitativos em relação ao total de lixo que produzimos, aliás, nem todo material pode ser reciclável. Nesse sentido, várias alternativas chamadas sustentáveis surgem com o objetivo de amenizar os impactos das embalagens no meio ambiente. Uma das mais conhecidas são as chamadas embalagens biodegradáveis.  Enquanto os materiais de embalagens convencionais feitos de plástico, por exemplo, demoram centenas e até milhares de anos para se decompor, impactando de forma negativa o meio ambiente, existem as embalagens feitas com material biodegradável, que são bem menos prejudiciais ao meio ambiente. Mas o que significa o termo biodegradável

Um material biodegradável, de um modo geral, são aqueles que se desintegram em pequenos fragmentos em um curto período de tempo, ou seja, se decompõe naturalmente e em menos tempo devido a composição de seu material que, neste no caso, é de origem renovável, gerando um menor impacto ao meio ambiente. 

No que se refere às embalagens, as biodegradáveis que são compostáveis são a melhor alternativa para se reduzir os impactos ambientais, pois o material é feito de matéria vegetal (plantas como bambu, cana-de-açúcar, fibras, entre outros) e quando descartado em composteiras se degradam neste ambiente e resultam em adubo com nutrientes para o solo.

Sustentabilidade e empreendedorismo

Para entender um pouco mais sobre esse tipo de embalagem, conversamos com Quitéria Oliveira, coordenadora de marketing da Terraw, uma empresa de embalagens biodegradáveis e compostáveis. 

A Terraw nasceu no ano de 2020, fundada por dois sócios, Ricardo Carvalho  e Torben Rizzo. A empresa nasceu da vontade de empreender e trazer sustentabilidade com a percepção de que nossas ações são necessárias para um mundo mais sustentável, pensando nas futuras gerações. Esse empreendimento hoje ocorre através de embalagens sustentáveis que, na verdade, são embalagens 100% biodegradáveis e também 100% compostáveis. 

“Somos uma empresa de sustentabilidade que vende embalagens sustentáveis, vendemos produtos como pratos, marmitas, copos e talheres para delivery, take-away e eventos”, ressalta Quitéria.

 

O principal objetivo da empresa é reduzir o impacto ambiental aumentando a conscientização sobre a gestão de resíduos, fazendo isso a partir do oferecimento de produtos inovadores que visam à diminuição do desperdício. “O mercado brasileiro está cada vez mais se abrindo para esse tipo de embalagem. Nós vemos cada vez mais que os restaurantes e, principalmente, as pessoas estão enxergando essa necessidade desse tipo de embalagem sustentável”, comenta a coordenadora de marketing.

A maioria das embalagens comercializadas pela Terraw são feitas de palha de trigo, que é um subproduto da indústria e se constitui por matéria-prima vegetal e, portanto, renovável: “Esse material é misturado e a partir disso é feita a maioria das embalagens como as marmitas, bowls e potes. A maioria dos produtos do nosso catálogo são feitos de palha de trigo, os copos são feitos 100% de papel e os talheres são feitos de madeira. Trabalhamos basicamente com esses três materiais”, revela Quitéria.

A coordenadora de marketing comenta que cada vez mais o mercado está enxergando isso como um diferencial que faz parte da missão de não impactar de maneira prejudicial o ser humano, a natureza e o meio ambiente, alinhando sustentabilidade e praticidade. “Nossas embalagens, por exemplo, podem ir ao forno, microondas e freezer, elas são resistentes e podem ser utilizadas para diversos tipos de alimentos, então entendemos que esse mercado tem o poder de crescer sendo sustentável sem deixar a praticidade de lado”, ressalta Quitéria.

Além disso, todos os materiais produzidos pela empresa têm o certificado de compostabilidade tanto industrial quanto doméstica. Para realizar o descarte depois do uso da embalagem, Quitéria Oliveira explica as três principais opções: a primeira é colocar na composteira, que pode ser uma composteira doméstica, para que ocorra a degradação do material neste ambiente favorável, mas há também lugares que recolhem esse material para levar a uma composteira. Essa seria a opção ideal porque garante que as embalagens se degradem em até 180 dias.

Quando a composteira não é uma opção acessível, você pode colocar no lixo orgânico, tudo depende de como é a gestão de resíduos da cidade. Se o material acaba indo para o aterro sanitário, como não estará em ambiente favorável vai se degradar levando mais tempo, o que não é o ideal mas ainda sim reduz os danos. E a terceira opção é que, se a embalagem estiver limpa, ela pode ir para o lixo seco para ser reciclada junto com o papel.

“Os nossos materiais são 100% biodegradáveis, mas também 100% compostáveis. Como a gente só utiliza matéria-prima vegetal, essas embalagens colocadas em composteiras quando se  degradam se tornam adubo, voltando para a terra e devolvendo esses nutrientes para o próprio solo”, destaca a coordenadora de marketing.

Claro que a reciclagem é uma excelente opção, porém no Brasil se recicla aproximadamente apenas 4% dos resíduos sólidos produzidos no país. Então, muitas vezes a reciclagem é uma alternativa, mas na prática ela não acontece por diversos motivos, como por exemplo, a falta de mercado para comprar o material, o processo trabalhoso nas cooperativas e a sujeira do material destinado à reciclagem que acaba inviabilizando o processo. 

 

Reciclagem ou compostagem?

A coordenadora de marketing comenta que, hoje em dia, se consegue reciclar 98% do alumínio, porém o isopor reciclado, por exemplo, contempla apenas aqueles que vêm em embalagens de eletrodomésticos e os isopores de marmitas acabam muitas vezes não sendo reciclados por não valerem a pena. Dependendo do material, a reciclagem pode não existir no Brasil. “Claro que o Brasil é muito grande e cada região tem suas especificidades, mas hoje em dia optar por embalagens que são compostáveis é ter essa maior segurança de que esse material realmente vai voltar para a terra em forma de adubo se ele for compostável”, salienta Quitéria.

Nesse sentido, vale a pena investir em sustentabilidade consumindo produtos biodegradáveis e compostáveis, ou fazendo com que cada vez mais pessoas possam aderir às iniciativas através de modelos de negócios 100% sustentáveis, como o excelente trabalho desenvolvido pela Terraw, que alinha o ato de empreender com consciência ambiental.

Portanto, é preciso estar atento aos modelos de embalagens para entender se aquele material que estamos usando sejam embalagens usadas em eventos ou presentes em diversos outros produtos, como cosméticos, produtos de higiene, entre outros é um material feito 100% de matéria-prima vegetal e, assim, 100% sustentável.

“Uma dica é sempre procurar saber de que material a embalagem é feita, pois muitas embalagens se dizem sustentáveis porém algumas delas possuem uma película plástica que dificulta a compostabilidade e a sua degradação”, finaliza Quitéria.

Dessa forma, para pensarmos em um futuro mais sustentável e consciente é necessário agirmos no presente criando e abraçando iniciativas realmente concretas que amenizam as consequências da atividade humana no meio ambiente. Assim nos comprometemos com atitudes cada vez mais sustentáveis e favoráveis para o bem-estar de nossa casa comum. O Planeta e as futuras gerações agradecem! 

 

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